O maior inimigo da Samsung pode ser o Android em vez do iOS

A Samsung domina o mercado de smartphones de baixo custo. É a única marca de Android a alcançar a lista dos 10 celulares mais vendidos do mundo, tudo graças à série acessível Galaxy A. Em termos de celulares de última geração, a Samsung lidera o segmento de smartphones Android, mas a Apple ainda tem uma posição melhor do que todas as outras marcas, especialmente nos mercados ocidentais, onde a empresa detém o domínio da geração Z.

Um estudo recente mostra que cada vez mais consumidores da Geração Z, ou seja, pessoas nascidas entre 1995 e 2010, preferem iPhones a celulares Android. A Apple está aumentando constantemente sua base de usuários de iPhone, enquanto o Android está perdendo terreno, principalmente nos mercados ocidentais e nosegmento premium.

37% dos usuários do iPhone nos EUA são da Geração Z, enquanto a Samsung tem apenas 10% dos consumidores da Geração Z do seu lado. Enquanto isso, 70% da Geração Z nos EUA dizem que nunca usarão um celular Android. E isso pode ser um problema para a Samsung e também para o Google.

O maior inimigo da Samsung em sua busca para vender mais celulares de última geração nos mercados ocidentais pode não ser seu hardware ou os produtos concorrentes da Apple, mas o próprio sistema operacional Android. Nenhuma outra fabricante de smartphones Android compete realisticamente com a Samsung, mas a empresa está perdendo terreno para a Apple aos olhos da Geração Z.

Porém, curiosamente, os usuários da Geração Z parecem não reprovar a Samsung tanto quanto não gostam do Android. Muitos jovens migram para o iOS por causa de pressões sociais. Mas deixando de lado essas pressões sociais, a Geração Z parece mais relutante em relação ao próprio Android do que ao hardware da Samsung.

Infelizmente para o Google – e agora para a Samsung – o sistema operacional Android não tem a melhor reputação entre os consumidores da Geração Z. Ao longo da última década, parece que a marca Android pode ter sido manchada em parte por celulares baratos e de baixa qualidade desenvolvidos por marcas na China e pelas interfaces de usuário personalizadas que elas usam, que geralmente apresentam erros, são instáveis e não funcionam.

Além disso, o Google não tem a maior influência sobre a Geração Z. Não é uma marca cuja reputação está crescendo entre os consumidores da Geração Z, 40% dos quais preferem pesquisar na Web usando plataformas sociais em vez do mecanismo de busca do Google. O Google simplesmente não é legal entre os usuários de celulares da Geração Z, e a empresa não está melhorando nesse aspecto.

Em resumo, a reputação do Google não está ajudando o Android e, por sua vez, pode estar gradualmente corroendo o negócio de smartphones da Samsung na faixa de preço premium nos mercados ocidentais.

Supondo que a Samsung e o Google se preocupem com a crescente influência da Apple sobre os consumidores da Geração Z, elas não parecem ter uma solução ainda, ou pelo menos não uma que esteja valendo a pena no momento.

Uma solução possível seria a Samsung se distanciar da reputação fragmentada do Android e desenvolver seu próprio sistema operacional móvel com recursos inovadores e os mais altos padrões de segurança possíveis. Um projetado para competir com o iOS em todos os níveis possíveis, desde o suporte a aplicativos até os recursos e o fator social.

Criar um sistema operacional móvel do zero nos dias de hoje é extremamente arriscado e demorado. Sem falar que a Samsung precisaria de grandes parceiros e desenvolvedores de aplicativos para embarcar no projeto para garantir o sucesso da plataforma. E nem é preciso dizer que, se encararmos a Galaxy Store como a loja de aplicativos deste sistema, o futuro não parece muito promissor.

Mais realisticamente, se a Samsung e o Google quiserem combater a Apple no espaço de mercado da Geração Z, eles podem ter que reunir seus recursos e colaborar mais estreitamente do que nunca. Talvez seja hora de a Samsung e o Google se unirem, se diferenciarem do resto do mundo Android e subir de nível para a próxima grande novidade.