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Huawei Pura 70 Pro desmontado revela ainda mais peças fabricadas na China

O Pura 70 está perto de se tornar um símbolo da auto-suficiência da China, e isso pode levar a sanções ainda mais duras dos Estados Unidos contra a Huawei

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Desmontagem do Huawei Pura 70 Pro

A Huawei lançou recentemente a sua nova série de celulares Pura 70, inaugurando um novo capítulo do seu desenvolvimento após as sanções impostas dos Estados Unidos.

Uma nova desmontagem feita pelo veículo de imprensa Reuters, em parceria com iFixit e TechSearch International, revela detalhes inéditos sobre o interior do Huawei Pura 70 Pro. Segundo a publicação, os novos smartphones adotam mais componentes de origem local do que qualquer um dos celulares anteriores da empresa. No entanto, a série Pura 70 ainda fica aquém dos principais modelos atuais de outras marcas, especialmente em termos de desempenho de processador.

O processador Kirin 9010 é fabricado usando o processo de 7nm (nanômetros) da empresa chinesa SMIC e, embora compartilhe semelhanças com o Kirin 9000S, esta é uma versão mais recente. Especialistas da indústria observam que, embora o novo chip tenha um desempenho um pouco melhor, ele continua sendo um processador baseado em litografia de 7nm, bem atrás do melhor atualmente no mercado. A SMIC deve fazer a transição para a tecnologia de 5nm até o final do ano.

Desmontagem do Huawei Pura 70 Pro

É importante notar, no entanto, que a indústria chinesa de semicondutores atualmente está atrás da TSMC, Samsung, Qualcomm e outras empresas com acesso às máquinas de Litografia Ultravioleta Extrema (EUV, na sigla em inglês), fabricadas pela ASML, uma empresa holandesa. A TSMC já está trabalhando em processo de 2nm, o que representa uma lacuna de três nanômetros ou seis anos de refinamento de processo.

Os resultados do benchmarks indicam uma melhoria de desempenho de pouco menos de 10% para o novo processador, mas ainda fica para trás em mais de 30% em comparação com o Qualcomm Snapdragon 8 Gen3.

Uma das mudanças mais notáveis nos circuitos integrados dentro do Pura 70 Pro é o chip de armazenamento NAND de 1TB, assinado pela própria Huawei. Vale ressaltar que a Huawei oferece apenas versões do Pura 70 com 1TB de armazenamento na China, enquanto variantes com 256GB ou 512GB estão disponíveis nos mercados internacionais.

Os 12GB de RAM da série são fornecidos pela SK Hynix, empresa sul-coreana que também é afetada pelas restrições comerciais impostas pelos Estados Unidos. A Huawei provavelmente armazenou chips de memória antes das sanções, mas a alta demanda pelos celulares Mate 60 e Pura 70 pode esgotar esse estoque.

A Huawei pode estar contando com a CXMT, uma fábrica chinesa de DRAM que recentemente produziu o primeiro módulo LPDDR5 totalmente local. No entanto, a produção de DRAM também depende fortemente de chips fabricados em EUV para desempenho e eficiência energética, apresentando outro desafio para a Huawei e os seus parceiros nacionais na sua busca para se tornarem competitivos no mercado de smartphones.

Surpreendentemente, o giroscópio de 6 eixos e o sensor MEMS do acelerômetro parecem ser fornecidos pela Bosch, uma empresa de engenharia alemã, apesar da presença de empresas chinesas capazes de produzir esses sensores localmente.

A publicação também sugere que o Pura 70 está perto de se tornar um símbolo da auto-suficiência da China. No entanto, os Estados Unidos e os seus aliados monitoram de perto o ressurgimento da Huawei na fabricação de smartphones e chips, e isto pode levar a sanções mais duras. O governo dos EUA parece ter revogado as licenças da Qualcomm e da Intel para vender chips à Huawei.

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